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Peixe-leão chega à costa do Rio Grande do Norte e é capturado em Tibau e Porto do Mangue

Conhecido pelos danos causados à biodiversidade marinha e pelo comportamento predador que ameaça a atividade pesqueira, o peixe-leão foi encontrado pela primeira vez na costa do Rio Grande do Norte. Um animal adulto foi capturado no último dia 29 de julho em Tibau. Duas semanas depois, outro peixe foi encontrado na costa do município de Porto do Mangue.

A espécie típica do Indo Pacífico não tem predadores naturais na região e se reproduz rapidamente, gerando prejuízos ao meio ambiente e às comunidades de pescadores. “Como não encontra predadores naturais, ele vai se reproduzir à vontade e, além disso, ele tem uma taxa de reprodução muito alta. É um peixe que cresce rápido e que é muito resistente a parasitas”, afirma a bióloga Emanuelle Fontenele Rabelo, coordenadora do Laboratório Ecologia Marinha da UFERSA. “É um animal perigoso que ameaça a biodiversidade e a pesca, podendo comer 20 peixes em menos de meia hora”.

Ao receber a informação de que um peixe-leão foi encontrado na costa do Rio Grande do Norte, a pesquisadora iniciou uma campanha de alerta e conscientização junto a pescadores da região. A preocupação é motivada pela presença constante de animais dessa mesma espécie em Estados vizinhos. “Só entre os meses de maio e junho recebemos o registro de 75 peixes-leão encontrados por pescadores do Piauí e do Ceará”, diz Emanuelle Rabelo.

A corrida agora é contra o tempo, já que a única forma de combater a proliferação da espécie é por meio da pesca manual. O comportamento e a própria imagem do peixe-leão, no entanto, assustam pescadores. “Ele tem 18 espinhos venenosos que ameaçam a saúde de seres humanos. O veneno não é fatal, mas deixa a pele inflamada e requer acompanhamento médico”, conta a bióloga da UFERSA.

A captura do maior número de peixes é essencial para garantir que o crescimento da espécie não fuja do controle, como já foi observado em praias do Caribe e, mais recentemente, em Estados vizinhos ao Rio Grande do Norte. Nas próximas semanas, a UFERSA irá intensificar o alerta a pescadores da região por meio da distribuição de cartazes e de isopores para que os pescadores possam capturar e armazenar os peixes. A iniciativa conta com o apoio do diretor do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde da UFERSA, professor Rodrigo Costa.

“Muitos pescadores já relataram que chegaram a encontrar peixes-leão, mas tiveram medo de fazer a captura por se tratar de um animal agressivo”, relata Emanuelle Rabelo. “A melhor forma de diminuir o impacto dessa espécie de peixe na biodiversidade é controlando o tamanho de sua população”, acrescenta.

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