Estudantes do Rio Grande do Norte criam repelente natural a base de óleo de coco
A miniempresa Repeleste, criada por alunos dos cursos de Química (Licenciatura, Bacharelado e Petróleo) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), criou um repelente natural à base de óleo de coco. A miniempresa nasceu em meio a um surto de dengue, chikungunya e zika no Brasil que registrava um aumento expressivo de casos entre janeiro e abril de 2022. Daí surgiu a ideia de criar um repelente vegano e orgânico em substituição aos produtos sintéticos normalmente vendidos.
A iniciativa foi selecionada para participar da décima sétima edição do COY (Company of The Year), a competição anual de miniempresas realizado pela Junior Achievement Americas que em 2022 acontecerá durante o Fórum Internacional de Empreendedores (FIE), na Guatemala, entre os dias 4 e 9 de dezembro. O evento, realizado há 24 anos, reúne 250 estudantes de todo mundo e já impactou a vida de mais de cinco mil adolescentes.
– O encontro é organizado pela Junior Achievement Guatemala. Eles buscam fornecer ferramentas educacionais, a fim de incentivar o empreendedorismo com o objetivo de formar líderes por meio de uma experiência de aprendizagem aplicada que demonstram o domínio de competências e habilidades do mundo real de uma empresa — explica Brenda Santos, diretora de Operações da Junior Achievement Brasil (JA Brasil).
Na composição do Repeleste é utilizado óleo de coco sem cheiro, responsável pela hidratação da pele, e óleos essenciais responsáveis pela repelência e fragrância. O produto também tem a proposta de ser economicamente acessível e não prejudicar o meio ambiente, sendo, portanto, uma compra verde.
– Após alguns protótipos, desenvolvemos duas linhas de produção diferentes utilizando uma mistura de óleos essenciais orgânicos, como cravo da índia, citronela, eucalipto, lavanda e gerânios. Tudo sustentável e não testado em animais – ressalta a professora Pollyana Souza Castro, do Instituto de Química.
Pollyana faz comparação com alguns produtos encontrados no mercado que podem afetar o meio ambiente e o clima pelo uso de recursos não renováveis e a emissão de gases e agentes poluentes.
– O incentivo à compra verde é uma das formas de minimizar esse impacto ambiental dos produtos e alcançar a sustentabilidade. Dessa forma, as pesquisas sobre Química Verde, Marketing Verde e Comportamento de Compra Verde foram fundamentais para a escolha do produto – diz.
O nome da miniempresa vem da união da palavra “repelente” com a expressão “eita peste”, que é uma usada na região Nordeste.
– Essa escolha foi baseada na junção do produto com as raízes nordestinas – acrescenta a professora.
A JA — Américas irá financiar hospedagem, alimentação e translado na Guatemala para o professor responsável pelo projeto e mais três alunos participantes do programa.