O ex-vereador Alexandre Paiva, pré-candidato à Prefeitura de Grossos, deixou transparecer desconhecimento sobre o funcionamento de áreas específicas da cidade durante entrevista concedida ao programa político na 95 FM, em Mossoró. Principalmente na saúde e no turismo, bem como na infraestrutura de acesso ao município.
Na entrevista, o pré-candidato afirmou que a situação da RN-012, que serve como escoamento da produção de sal e se constitui na principal via de acesso a Grossos, deveria estar em outro patamar e que precisava se feito um trabalho de recuperação asfáltica. Ele deixou entender que a manutenção da rodovia seria de obrigação da Prefeitura Municipal. “Grossos tem uma produção gigantesca de escoação de sal e se torna de grande visibilidade. Em termos de infraestrutura não existe. Grossos nunca teve recapeamento na RN-012, que liga a Gangorra à cidade’, disse.
Ocorre que se trata de uma rodovia estadual. O próprio pré-candidato esteve no Departamento Estadual de Estradas e Rodagens (DEER), juntamente com o deputado estadual Bernardo Amorim e chegou a propagar melhorias que teriam sido definidas pelo Governo do Estado. O pré-candidato sabe que a Prefeitura não pode assumir uma obrigação que é do Estado.
Na área do turismo, ao ser questionado se o município de Grossos teria inventário turístico, a resposta foi baseada no achismo. “Acredito que não”, afirmou o pré-candidato. Ocorre que o trabalho no setor, baseado no inventário, já vem sendo feito e existe. Tanto que, dias passados equipes de docentes e discentes da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), do curso de Turismo, estiveram em Grossos para visitar tudo o que foi catalogado pela Secretaria Municipal de Turismo.
Outro ponto a ser analisado, ainda na área do turismo, diz respeito à atração de empresas e investimentos feitos ao longo da orla marítima grossense. Em um primeiro momento o pré-candidato afirmou: “os investimentos que são feitos no nosso município são feitos por empresas privadas”, e completa, paradoxalmente, que precisa haver a Parceria Público Privada (PPP), que é, realmente, o que já se tem em Grossos. Além disso, existem eventos que fazem parte do calendário municipal.
Outra gafe, indicando falta de pesquisa da parte do pré-candidato e desconhecimento total da administração que pleiteia, diz respeito à arrecadação. Alexandre Paiva afirmou que Grossos recebe verbas do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) com base no quociente 1.0. Na verdade, o quociente é 0,8, conforme consta na planilha de envio de verbas do Governo Federal, com redução gradual para 0.6 em virtude da queda no contingente populacional.
O pré-candidato foi vereador, o pai chegou a ser presidente da Câmara Municipal e a mãe, atualmente, ocupa uma vaga no Legislativo Municipal. E isso implica dizer que, mesmo sendo alicerçado na política, saber da vida administrativa de Grossos parece não ter sido o forte. Até porque o próprio pré-candidato, ao discorrer sobre a saúde, mostra esse desconhecimento.
“Grossos não tem especialidade médica”, afirmou Alexandre Paiva durante a entrevista. Contudo, um prédio da Policlínica Municipal está em fase de conclusão para acomodar justamente o atendimento especializado que já existe em Grossos, seja na área da Fisioterapia, Ginecologia, Mastologia, Oftalmologia, Cardiologia, Psicologia e diversas outras que fazem parte da nova estrutura de atendimento da rede básica de saúde municipal.
Além disso, o pré-candidato erra ao afirmar que a saúde está abandonada. Pelo contrário: o setor está tendo a atenção que ele, enquanto vereador e integrante do grupo político do qual fez parte, não cuidou. O pré-candidato fala em mudança. Mas mudar o que existe e o que foi feito é justamente retroceder ao tempo em que o seu grupo político participava diretamente de administrações anteriores e que deixaram a população sem direito ao básico.
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