Dia 22 de setembro de 2023, fez 100 anos do nascimento do ex-prefeito de Grossos, Raimundo Gonçalves de Oliveira
Escrevi esse texto na última sexta-feira, dia 22 de setembro de 2023, justamente na data em que se completou 100 anos exatos ou – Um Século – do nascimento do meu Pai que por duas vezes foi eleito Prefeito e também por duas vezes eleito Vereador desta Cidade, Raimundo Gonçalves de Oliveira. Ele nasceu precisamente às 7:00 horas da manhã do dia 22 de setembro do ano de 1923 na Comunidade de Carro-Quebrado e faleceu às 3:00 da madrugada do dia 04 de abril de 2015 na sua residência, aqui mesmo na cidade de Grossos, cuja Avenida Cel Solon, em sua homenagem, foi rebatizada com o seu nome.
Há quem afirme que as pessoas que nascem durante o dia são geralmente mais lutadoras, trabalhadoras e competitivas que as que nascem durante a noite. E ele era realmente assim. Passou quase toda a sua vida sempre fazendo alguma coisa para sobreviver. Quando criança, ainda no Carro-Quebrado onde nascera, pescava, caçava e sempre o fruto dessas suas ainda pequenas ações naquele longínquo tempo, eram sempre divididas entre as pessoas de sua Comunidade.
Eis aí o porquê de sua grande aceitação aonde chegava e também das muitíssimas amizades que conseguiu construir e sempre com os mais pobres e necessitados com quem ele convivia naquele tempo. Aos 14 anos se mudou de Carro-Quebrado aqui para a Cidade de Grossos que ainda era uma Vila e o seu trabalho continuou. Carregava água das cacimbas escavadas algumas por ele próprio em pontos estratégicos aonde a água era de melhor qualidade e com o auxílio de um calão e latas de querosene, abastecia as casas de muitas viúvas da Cidade como as irmãs Ludugero e a viúva Cristina Palmeira, entre tantas outras.
Aos 16 anos de idade começou a trabalhar nas salinas junto com o pai que o levava para ajudá-lo na colheita do sal que na época o preço estava muito baixo e o pouco dinheiro que se ganhava, mal dava para se comer. Logo depois ao completar a maioridade do seu irmão mais novo Geraldo Gonçalves de Oliveira, como as coisas na época continuavam mais que ruins para todos na região, resolveu se inscrever como saldado da borracha juntamente com o irmão, indo ambos para o Estado do Pará na Amazônia, para colherem o leite das seringueiras do qual se fabricavam a borracha que era a única matéria prima na época para a construção de pneus dos carros que transportavam soldados e munições durante o período da segunda guerra mundial na Europa.
Foram ambos num pau-de-arara como se chamavam os carros de transporte da época e ao chegarem ao Pará foram enviados para a mata para colherem o leite das seringueiras, mas, por pouco tempo, visto que um dos grandes chefes o senhor Ari, que era Capitão do Exército Brasileiro e que era a pessoa que coordenava todo aquele processo de extração da matéria prima da borracha, fez uma reunião entre todos eles e perguntou se entre eles havia alguém que soubesse ler e escrever e tanto Tio Geraldo quanto Papai sabiam ler e escrever e Tio Geraldo na época já ensaiava escritos com poesias de sua própria autoria.
Mesmo assim, o capitão não acreditou e passou um ditado para os poucos que disseram que também sabiam ler e escrever, além de umas contas de somar, subtrair, multiplicar e dividir e ambos se saíram melhor do que todos os outros e, por isso mesmo, foram imediatamente requisitados por esse Capitão Ari que os embarcou logo num avião do exército brasileiro com destino a Belém do Pará, o qual três vezes por semana transportava a borracha que era extraída e ao mesmo tempo trazendo de lá gêneros alimentícios para a turma que ficava na mata retirando o leite das seringueiras. De Belém essa borracha era logo transportada em navios de guerra para os EUA, aonde eram transformadas em pneus para os carros de transporte de soldados e mercadorias e também dos carros-de-combate.
Durante mais de um ano ambos passaram nesse serviço de transporte de borracha e mercadorias para Belém-do- Pará e vice-versa e ganharam muito dinheiro nessa empreitada. Mas, o Capitão Ari, percebendo a capacidade administrativa e de trabalho dos dois, resolveu por conta própria e risco fazer um plantio de abacaxi que era uma fruta muito procurada não somente nos grandes centros urbanos do país, mas principalmente nos EUA.
E no meio da mata ainda rala ele conseguiu com um trator que o exército americano havia enviado para abrir as trilhas por onde os seringueiros caminhavam na coleta diária dos seringais desmatar essa área e no local plantar abacaxi, empreendimento com o qual o Capitão Ari conseguiu enriquecer com tanto dinheiro que conseguiu ganhar e quem tomava conta de todo esse empreendimento eram os dois irmãos que também ganharam muito dinheiro.
Passou-se mais um ano e o negócio do abacaxi estava – como se dizia na época de vento em popa. Então, Tio Geraldo comunicou a papai que estava pensando em voltar para casa de seus pais e papai disse para ele que se ele viesse, ele viria também. O problema maior de toda essa questão era se acertarem com o Capitão Ari que nem sequer sonhava com essa possibilidade.
Então papai resolver falar ao Capitão Ari que o seu irmão estava pensando em voltar para a terra deles e que se o irmão viesse ele teria que vir também, pois sempre foram muito unidos e onde um estava o outro ficava também. Quando papai falou isso para o Capitão Ari, ele ficou pasmo e disse Raimundo, por favor, eu lhe peço humildemente não faça isso não. A nossa jornada aqui vai logo acabar e quando a gente sair daqui eu levo você e seu irmão para o Rio de Janeiro onde ele residia, você vai estudar e ser engenheiro e o seu irmão vai ser um grade escritor e poeta lá comigo.
Papai certa vez me contou que o Capitão Ari o tratava quase como a um filho. Então, consultou Tio Geraldo sobre o que havia conversado com o Capitão, mas quando Tio Geraldo sairá daqui já estava paquerando a Maria Geralda, a sua futura esposa e ele finalmente disse a papai que viria para casa de qualquer jeito. Papai procurou o Capitão e disse que teria de vir, pois o irmão dele estava decidido a vir e ele viria com ele.
Papai disse que viu lagrimas nos olhos do capitão que disse tudo bem Raimundo. Você e seu irmão se portaram como dois filhos para mim. Eu não sou casado, não tenho filhos e tudo que é meu passaria para vocês, mas respeito à decisão de vocês e passou a papai o seu endereço no Rio com os olhos cheios de lágrimas e disse-lhe: qualquer coisa que vocês precisarem de mim podem me ligar nesse número ou me procurar nesse endereço, que vocês me acharão. E finalmente, perguntou quando eles queriam viajar e papai disse que na próxima semana. Ele pagou tudo quanto devia aos dois e deu uma grande ajuda para a viagem deles de volta e mandou o avião do exército com dois para Belém-do-Pará.
Ao chegarem à Rodoviária de Belém-do-Pará Papai e Tio Geraldo se depararam com cinco pessoas de Grossos que estavam na lá tentando voltar para a nossa cidade e todos sem um tostão no bolso, pois o dinheiro que conseguiram ganhar com o seu trabalho, gastaram todinho com mulheres e bebidas. Ao verem papai e Tio Geraldo, todos ficaram animados e disseram graças à Deus, foi ele quem enviou vocês aqui. Em respeito aos seus familiares, nem vou aqui citar os nomes, mas todas essas pessoas vieram financiadas por Papai.
Não tinha trem naquele dia e somente três dias depois para São Luiz no Maranhão. Então, um senhor disse a Papai que eles poderiam ir caminhando pela linha férrea e mostrou o rumo a eles e que a 18 quilômetros adiante havia uma Vila na margem de um Rio e de onde saiam periodicamente barcos para o Piauí e alguns até para o Maranhão, local onde eles poderiam pegar outros barcos e que alguns até mesmo para Fortaleza também viajavam. Ora, quem estava em Belém-do-Pará querendo vir para Grossos, Fortaleza era ali.
Então eles entraram nessa e se ferraram todos. Vieram a pé, visto que a cada comunidade que encontravam os barcos ou já haviam saído ou somente saiam na semana seguinte e Tio Geraldo disse logo a Papai que o dinheiro dele não gastava com ninguém e que todos os que embarcaram nessa aventura tiveram a mesma chance que eles. Papai tentou dizer a Tio Geraldo que eles dois eram alfabetizados, enquanto os outros eram todos analfabetos, mas Tio Geraldo não abriu mão do seu dinheiro e papai foi quem custeou a viagem praticamente a pé, mas com a alimentação paga por ele de toda essa turma desde a capital do Pará até chegar ao Podoi ali no Estado do Ceará, hoje Município de Fortim, aonde Papai e Tio Geraldo encontrou o Pai deles, Joaquim Pereira de Oliveira que havia se separado da mãe deles Ana Maria Gonçalves e estava morando com a sua irmã Guilhermina, esposa de Romão Ferreira da Silva que era feitor de sal da Salina Pirangi de propriedade do Grupo F. Souto Indústria, Comercio e Navegação. Lá, Papai encontrou Mamãe e mesmo primos, logo se apaixonaram e casaram e Tio Geraldo voltou cheio de dinheiro para Grossos e casou com Maria Geralda aquela que ele já saíra daqui de olho nela.
Finalmente papai voltou para Grossos e construiu aquela casa onde hoje é a casa de Dulce e começou a sua vida na ainda Vila de em Grossos como operário-de-salina e logo resolveu criar o seu próprio Batalhão que era um grupo de trabalhadores contratados pelas empresas que produziam sal para carregar as barcaças que por sua vez eram descarregadas nos navios que acostavam no nosso Porto Marítimo próximo ao nosso litoral e que transportavam esse sal para os grandes centros consumidores do país, como Rio de Janeiro, São Paulo, entre outros mais.
Porque sempre aonde chegava sempre fazia amizades, um dos mestres de uma dessas barcaças vendo a grande produtividade do seu trabalho, visto que ele mesmo como Chefe-de-Batalhão trabalhava e produzia bem mais do que todos os outros seus companheiros, perguntou-lhe se ele não se interessaria em trabalhar embarcado numa daquelas barcaças. Ele afirmou que sim, pois admirava muito a sabedora dos mestres em conduzir aquelas grandes embarcações, em compreender os ventos, as marés e as correntes marítimas.
E assim foi feito. Logo em seguida esse mestre que eu não lembro mais o nome e que pela sua grande competência no trabalho tinha prestígio e influência na empresa em que trabalhava conhecida na época por Companhia de Comércio e Navegação S/A, com uma de suas filiais na Cidade de Areia Branca, de onde a Vila de Grossos era Distrito, conseguiu a sua vaga e ele transferiu a chefia do batalhão para um dos seus amigos, logo se transferindo para a Cidade de Areia Branca aonde foi morar e foi justamente nessa época em Areia Branca, aonde eu Emílio, nasci.
Esse Mestre preparou o meu Pai para substitui-lo quando chegasse o tempo de sua aposentadoria que inclusive já estava próxima. É tanto que ele ensinou tudo sobre embarcações a Papai que logo aprendeu tudo sobre o assunto, mas que, infelizmente, lhe ocorreu um incidente que transformaria totalmente a trajetória de sua vida. Certa vez e com apenas tinha trinta e cinco anos de idade e vindo da cidade de Macau carregado de sal para o navio que ficava atracado no nosso antigo Porto, a escota da Barcaça quebrou e todos a bordo haviam acabado de almoçar uma espécie de mão-de-vaca daquelas bem quentes e o mestre pediu a outros marinheiros que saltassem na água e pegassem a escota da barcaça, mas nenhum deles se aventurou a fazer tal coisa. Então Papai, que sempre fora muito competitivo, pulou na água fria do mar com uma corda amarrada na cintura e conseguiu enfim pegar a escota da barcaça. O mestre agradeceu, mas não concordou com o que o que ele fizera não.
Logo em seguida a esse incidente, Papai começou a se sentir mal e ao chegar a Areia Branca foi logo desembarcando e procurando o médico da cidade que no caso era o grande Doutor Gentil Fernandes de saudosa memória que lhe receitou um remédio e lhe deu quinze dias de repouso absoluto. Passou-se os quinze dias e nada de melhora e Papai que sonhava em ser Mestre de Barcaça, via cada vez mais o seu sonho se distanciar. E assim ele não somente não conseguiu o seu sonho, mas passou mais de três anos doente e finalmente aos 39 anos ainda incompletos, o aposentaram contra a sua própria vontade.
O interessante é que quando Papai foi Chefe-de-Batalhão, esteve nessa região um senhor conhecido por Vulpiano e que, pelo simples fato de defender os trabalhadores estava sendo procurado pela polícia que andava em seu encalço tentando lhe prender como se ele fosse um grande criminoso. Papai e seu Batalhão estavam carregando uma Barcaça na Salina Ramadinha do outro lado do Rio que era Município de Mossoró e, de repente, do nada, apareceu aquele senhor de boa aparência baixo e um pouco acima do peso e que foi logo se identificando que era médico e comunista e não era criminoso como diziam e que, aliás, a sua profissão era salvar vidas e não matar ninguém. Então disse que o seu nome era Dr. Vulpiano e que estava fugindo porque defendia a dignidade dos trabalhadores e que se naquele local ali tivesse algum trabalhador que quisesse denunciá-lo a polícia local que podia fazê-lo que ele de bom grado se entregaria.
Então Papai disse a ele que podia ficar com eles à vontade e que ele era o Chefe-do-Batalhão e que ninguém ali presente o denunciaria. E assim foi feito. Ele passou mais de uma semana com os trabalhadores do Batalhão e de repente agradeceu a todos e pediu o nome de Papai, dando-lhe em seguida um papel e dizendo a ele que se um dia ele precisasse dele por qualquer problema de doença dele ou de alguém da família dele, poderia procurá-lo que onde ele estivesse faria todo o possível para atendê-lo e somente não curaria o doente se realmente fosse um caso de morte certa.
Alguns dias depois ele foi preso pela polícia de Mossoró e ao chegar à Cadeia Pública Municipal daquela Cidade, solicitou do Prefeito que o transferisse, mesmo como preso, para o Hospital Duarte Filho e isso foi feito e durante o período que ele ali esteve preso por alguns meses não mais morreu nenhum mulher de parto que, naquele tempo, de cada dez mulheres que engravidavam quatro morriam ao dá a luz ao seu filho.
Voltando ao assunto da aposentadoria, mesmo depois de aposentado Papai não ficou totalmente curado de sua doença não mas, botou uma bodega e vendia de quase tudo fiado as pessoas com algumas pagando e outros não, e até mesmo biclicletas, ele chegou a alugar às pessoas da época. Continuou doente até que um dia ele soube que o Doutor Vulpiano havia sido solto e que estava consultando em Fortaleza. Então ele foi juntamente Mamãe e eu também a reboque em busca do doutor Vulpiano em Fortaleza. Ao chegarmos ao local onde ele estava consultando havia uma fila quilométrica. Passamos mais de uma hora na fila que andou muito pouco, aí Papai que havia guardado o papel que ele lhe dera pediu a Mamãe para falar com a atendente dele e mostrar aquele papel e pedir que ela o apresentasse ao Doutor Vulpiano.
Inicialmente ela resistiu, mas enfim resolveu entrar no consultório e mostrar a ele o documento. Pouco tempo depois eu que ficara com Papai no fim da fila com ele segurando a minha mão e olhando para o começo da fila, saiu do consultório um velhote baixo, de cabeça já esbranquiçada e um pouco acima do peso e que disse alto Raimundo, onde esta você? Aí Papai saiu de trás da fila comigo e se mostrou a ele que disse venha cá homem e me diga logo o que está lhe acontecendo. Algumas pessoas da fila começaram a chiar porque estavam na frente. Então ele se voltou para os que estavam na fila e disse: vocês não sabem o que esse senhor fez comigo. Eu estava prestes a ser preso pela polícia do RN e ele me deu guarida por mais de uma semana e eu dei esse papal a ele afirmando que qualquer problema de saúde dele ou de um interessado seu poderia me procurar que eu o atenderia imediatamente e é isso o que estou fazendo agora e quem não gostar pode sair da fila e ir embora.
Todos se calaram e alguns até bateram palmas e ele botou Papai, eu e Mamãe para dentro do consultório e passou quase uma hora atendendo a Papai, Por fim, ele disse que o problema de Papai foi uma vagotomia que ele havia contraído com o choque térmico da água após ter ingerido a comida quente. Tome esse remédio por seis meses consecutivos e deu a Papai três caixas de amostras grátis que na época era Thiaminose e sempre que você achar que vai morrer, enfrente o problema e siga em frente.
Vagotomia na época era o mesmo que a depressão hoje. Finalmente ele perguntou: Raimundo, o que você sabe fazer além do que você fazia naquele tempo? Aí Papai respondeu: Doutor eu sei fazer embarcações que aprendi quando cheguei do Pará no Podoi com um senhor chamado Ladislau que a gente o chamava de Lalau e que estava justamente fazendo um barco e eu acompanhei toda a sua construção do começa ao fim e terminei aprendendo a fazer também. Aí ele concluiu dizendo: você clinicamente é um homem sadio e pode ir trabalhar e fazer os seus barcos que você somente vai morrer quando estiver bem velhinho, pois poucas pessoas que eu cheguei a examinar, têm a sua saúde. Acredite em mim e vá em frente!…
E foi isso o que aconteceu. Ao chegar aqui em Grossos todo animado, Papai comprou um machado, uma enxó-de-duas mãos, e enfim todas as outras ferramentas para a construção marítima e começou a fazer barcos e vendê-los. Lembro-me de dois barcos de pesca grande que ele fez e que vendeu um deles ao senhor Dezimbrino, e o outro ao senhor José Bandeira, ambos moradores da localidade de Fortim no Ceará que hoje é uma organizada Cidade naquele Estado. Esses dois barcos-de-pesca ele vendeu o primeiro por 40 contos de réis e o segundo por 43 contos de réis e quando entrou na política em 1957, era um homem praticamente rico visto que tinha na Casa Bancária S. Gurgel de Mossoró, um depósito no valor de 83 contos de réis, valor na época que daria para comprar oito caminhões novos que custava dez contos de reis cada um.
Finalmente, o Ex-Prefeito de Areia Branca Manoel Avelino Sobrinho que postulava uma cadeira na Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Norte, veio pedir votos aqui e ao chegar à já Cidade de Grossos que ganhara essa condição mediante o esforço do Ex-Deputado Francisco Solon Sobrinho que não mais se elegera em virtude de ter lutado pela emancipação de Grossos, procurou por indicação do seu irmão Francisco Avelino Sobrinho que já conhecia Papai para ele lhe dar uma ajuda nos votos para Deputado Estadual por Areia Branca aqui em Grossos que ele, Manoel Avelino, com a derrota de Francisco Solon Sobrinho, pretendia substituí-lo na Assembleia Legislativa do Estado.
E assim aconteceu. Evidentemente que houve alguns incidentes nessa vinda de Manoel Avelino a Grossos e que, por respeito a algumas famílias da cidade, não serão aqui descritas. Ao chegar às 7:00 horas da manhã de um dia de domingo a Grossos, Manoel Avelino encontrou Papai na Padaria do Senhor Duca e se fez convidado para tomar o café da manhã na nossa residência, justamente na casa onde hoje se encontra a casa de Dulce. Trouxe com ele uma máquina fotográfica Kodak que na época era uma das mais evoluídas, muitos filmes para tirar fotografias e foi com Papai ao Cartório do Senhor Francisco Firmino de Souza que ficava em frente a nossa casa, para autorizar a confecção de casamentos, registros civis, e títulos eleitorais.
E começou a luta pelo poder aqui na nossa cidade. Os candidatos a Prefeito em 1956 tinham sido os senhores João Rebouças da Cunha e Miguel Erasmo da Silva, tendo sido eleito prefeito o senhor João Rebouças da Cunha. Naquela época a eleição de deputados já era dois anos depois da de Prefeito e a de vereadores também. Então, em 1958, ambos, Manoel Avelino Sobrinho o Deputado Estadual mais votado e também Papai o Vereador mais votado do Município de Grossos. Logo em 1960 com apenas dois anos de vereador e com o termino do mandato do Senhor João Rebouças da Cunha, Papai foi eleito Prefeito de Grossos.
AÇÕES ADMINISTRATIVAS DO EX-PREFEITO RAIMUNDO GONÇALVES DE OLIVEIRA
1ª – ADMINISTRAÇÃO DE: 01 DE JANEIRO de 1961 a 31 DE DEZEMBRO DE 1965
DATA DA ELEIÇÃO 03 DE OUTUBRO DE 1960
1.1 – AÇÕES ADMINISTRATIVAS DESSE PERÍODO:
– Substituição da posteação de madeira colocada no centro da Avenida Cel Solon por uma nova Posteação de concreto armado (ferro, brita e cimento) construída aqui mesmo na cidade de Grossos por inciativa do Prefeito (RGO) e toda engendrada pela capacidade inventiva do senhor Antonio Braga de Souza que era vereador na época e que foram colocadas de um lado e do outro da Avenida Cel Solon e também em pouco depois na Rua Expedicionário Jose Rocha que estava se formando e que eram as ruas mais importantes da Cidade de Grossos na época;
– Pavimentação com Carago em grande parte da Avenida Coronel Solon, iniciando nas imediações da entrada do Beco do Mercado ou da velha calçada da Farmácia e indo até a residência do Senhor Artur Barbosa que é hoje a casa de Neto de Chicana que era a última casa da cidade de Grossos, restado apenas à casa do senhor Zeca Felix lá frente e já dentro do mato, localizada na esquina daquela Rua do Hospital hoje e que na época sequer existia; Nessa época os carros não circulavam na cidade uma vez que essa parte da Av. Cel Solon era praticamente areia de dunas e não permitia que automóveis circulassem;
– Construção do Novo Cemitério onde é hoje, em virtude do nosso antigo Cemitério já se achar completamente cheio, sem espaço para crescimento e ser também localizado muito distante da cidade;
– Construção da Primeira Praça Pública na Avenida Cel Solon, que depois, já no segundo mandato foi denominada de Praça José Bezerra de Lima em homenagem ao vereador mais votado na época (finado Dequinha) no Centro da Cidade de Grossos;
– Construção da Câmara Municipal da Cidade de Grossos;
– Construção da Usina de Luz da Cidade ao lado da Escola Estadual Cel Solon e aproveitamento do seu antigo espaço onde hoje é a Câmara Municipal para Construção da Prefeitura Municipal de Grossos;
– Reconstrução com ampliação e reforço do Trapiche da Cidade de Grossos:
– Reconstrução, com aumento e também reforço do chamado Caís da Comunidade de Barra;
– Ampliação com extensão, alinhamento e nivelamento da Rua Expedicionário Jose Rocha;
– Construção de cemitério em Gangorra e também de um pequeno prédio na margem da estrada (RN-012) para permitir a fiscalização do imposto do sal que saia da salinas de nosso município e ia todo para Mossoró como se tivesse sido produzido lá. Esse incidente gerou um desentendimento entre os Rosados que comandavam Mossoró e o Prefeito RGO que enfim conseguiu que o imposto do nosso sal viesse para a nossa cidade e não para Mossoró;
– Reconstrução e ampliação do Cemitério da Vila do Tibau e construção de um Cacimbão largo e profundo naquela comunidade, visto ser a obra mais solicitada por seus moradores naquela difícil época;
– Construção do 1° Cemitério da Comunidade de Barra por solicitação do senhor Vicente do Vale Ferreira mais conhecido como Vicente Dantas;
– Construção de uma Escola na Comunidade de Gado Bravo, cujo terreno para a sua construção foi doado por Chico Cunha, pai do Deputado Souza;
– Construção da Levada de Abastecimento d’água das antigas salinas do Córrego levando a água para todos os pequenos salineiros daquela comunidade até o chamado Canto do Peixe, através de uma máquina antiga que ainda trabalhava com uma corda e uma caçamba, conseguida com o Deputado Federal Grimaldi Ribeiro na sede do DNPN no Recife;
– Nos anos de 63 e 64 houve uma grande seca e o prefeito (RGO) comprou uma porção de mercadorias a Sebastião Amorim que era um comerciante de Areia Branca, cujas mercadorias chegaram aqui através de um bote bem grande e totalmente cheio de (feijão mulatinho, arroz, farinha, macarrão, óleo de algodão, sardinha, carne bovina enlatada e também carne de charque) que ele transformou em feiras individuais e distribuiu com o povo pobre e que passava fome não somente em virtude da seca, mais também já como efeito adverso na economia do município com a mecanização das salinas que já se fazia sentir;
– Construiu e reconstruiu ou refez algumas estradas municipais, inclusive a de Barra, Córrego, Durinho e até Areias Alvas, escolhendo os locais mais adequados que naquela época passava por trás da casa do senhor Guilherme Benedito de Mendonça e chegava enfim por trás de Areias Alvas e entrando na comunidade pelo Beco onde fica hoje a antiga Igreja;
– Fechou finalmente a sua primeira administração com chave-de-ouro ao distribuir com os operários de salinas pobre do nosso município que, com a mecanização das salinas ficaram cada vez mais carentes e empobrecidos, pois as grandes salinas usavam na colheita não mais os trabalhadores braçais, mais as modernas colheitadeiras que substituíam centenas de operários. Que fez o prefeito RGO? Procurou saber nos cartórios de todas as cidades de porte maior de nossa região como Mossoró, Macau, Apodi, Areia Branca, Açu e até Aracati-CE, se havia algum registro das terras do Boi Morto aqui no nosso Mmunicípio no nome de alguém ou de alguma empresa de fora ou da região, mas, felizmente, não encontrou em nenhum desses Cartórios o registro dessas terras, o que significava eram terras devolutas que pelo fato de serem banhadas pelas marés grandes, com certeza deveriam pertencer a união ou ao Serviço do Patrimônio da União-SPU. De posse desses dados ele procurou o advogado Lauro da Escóssia Filho que era seu amigo particular e funcionário do Banco do Brasil em Mossoró e pediu um aconselhamento a ele. Deixou a documentação no escritório de Lauro e ficou esperando pela sua resposta. Logo em seguida Lauro veio a Grossos falou com o prefeito RGO e disse que se ele fizesse a desapropriação social usando os trâmites legais que a lei lhe assegurava, poderia fazer a desapropriação por interesse social e distribuir as terras com as pessoas carentes de seu município e que depois de feita ninguém mais poderia desfazer. Vivíamos o ano de 64 e a ditadura militar corria solta perseguindo, matando, prendendo e torturando todo aquele que reivindicasse melhorias para o povo pobre desse país que era e ainda é a maioria absoluta. Então o prefeito RGO, seguindo os conselhos do advogado Lauro da Escóssia Filho, fez a lei de desapropriação que foi aprovada por unanimidade pela nossa Colenda Câmara Municipal e anexou a ela todas as certidões dos respectivos Cartórios da região afirmando que as terras do Boi Morto não tinham nenhum proprietário formal. Faltava apenas a avaliação do valor das terras e o respectivo depósito desse valor em conta vinculada no Banco do Brasil em Mossoró. Lauro conseguiu um avaliador no Banco do Brasil que inclusive tinha mais credibilidade que outros particulares e assim foi feito, tudo dentro dos tramites da lei da época. Foi Justamente isso que salvou o Prefeito RGO de se enrolar com as Forças Armadas, pois quando os poderosos da região tomaram conhecimento do que estava acontecendo com as terras já sendo medidas e entregues aos seus futuros proprietários, logo denunciaram o prefeito RGO como agitador social, invasor de terras e comunista. Logo em seguida, veio um capitão do exercito brasileiro em Grossos a procura do prefeito RGO para saber o que estava acontecendo. Então o prefeito RGO chamou o advogado Lauro da Escóssia e os dois foram explicar ao capitão o que tinha realmente acontecido. Ele ouviu tudo e depois pediu toda a documentação que lhe foi entregue: (certidões dos cartórios, lei de desapropriação aprovada pela câmara municipal, avaliação das terras, extrato de valor vinculado depositado no BB de acordo com a avaliação do avaliador, mapa topográfico de toda a área com o pedaço de terra de cada um beneficiário e finalmente uma declaração dada por todos esses cartórios de que nenhum pedaço de terra tinha sido registrado em nome do prefeito RGO ou de seus familiares). Ele passou mais ou menos meia hora examinando até que levantou a cabeça e disse: Prefeito, meus parabéns! Ninguém vai mais perturbar o senhor porque fez tudo dentro da lei e não ficou com nenhum pedaço dessa terra para o senhor. Gostaria de lhe comunicar que além de capitão do exercito brasileiro eu sou também advogado e vim aqui porque me disseram que o senhor era um agitador perigoso e eu já entendi tudo o que esta se passando. Portanto, boa tarde! E foi embora. As terras do Boi Morto foram dividas por 256 lotes e distribuídas aos operarias de salinas aqui do nosso município.
– Outra coisa digna de se notar é que o prefeito RGO ao entregar a Prefeitura ao seu sucessor foi trabalhar de pedreiro e carpinteiro naval para sustentar a sua família.
– além de todo esse trabalho cidadão ele foi, durante todo o seu mandato, um Prefeito de ordem e respeito pela coisa pública sempre pagando os funcionários da Prefeitura em dia e dando os respectivos aumentos salariais que a lei na época lhe facultava.
Incidentes dignos de riso ocorridos no primeiro mandato do prefeito RGO. Como ele era administrativamente uma pessoa bastante séria e que fazia com que a sua autoridade de Prefeito fosse preservada e respeitada, no seu primeiro mandato aconteceram dois incidentes dignos de nota, visto que precisam ser lembrados:
1° – Foi quando ele começou a cavar a levada de transporte de água para todas as salinas da comunidade de Córrego: Certo dia o operador da máquina chegou à prefeitura às 8:00 horas da manhã e avisou ao prefeito que parara o serviço porque um certo senhor conhecido por Luiz Pereira ficou no caminho da máquina dizendo que dentro de sua terra aquela máquina somente passaria se fosse por cima dele. Não é que Luiz Pereira era morador de Barra e primo do Prefeito RGO. Então o Prefeito RGO se desloca para onde esta sedo executado o serviço e ao chegar lá conversa com o seu primo e pede a ele para ajudá-lo naquele serviço que iria beneficiar toda a comunidade. Mas ele não cede de jeito nenhum. Aí, lá para as tantas, o Prefeito RGO perde a paciência e diz ao operador que entre na máquina e inicie o serviço e se o seu primo resolver mesmo ficar no caminho dela que ele, o operador, encha a caçamba da máquina com o material retirado e leve também no meio o seu primo Luiz Pereira que estava querendo atrapalhar o serviço que iria beneficiar a todos. Oportunidade em que Luiz Pereira amaldiçoou o prefeito RGO e disse a ele que nunca mais ele veria se voto e assim foi. Acontece que Luiz Pereira era a 4ª salina no caminho da água e ele igualmente aos outros três antes dele pegavam facilmente a água que vinha da antiga levada de abastecimento que terminava no paredão de seu João Rebouças a trezentos metros da de Luiz Pereira. Ou seja: a birra de Luiz Pereira foi toda provocada por puro egoísmo sem sentido.
2° – Outro caso semelhantemente hilário foi quando Grossos foi praticamente ocupada por duas empresas de pesca de lagosta que vieram de Fortaleza e se estabeleceram aqui. A primeira chamada de Nordeste Pesca Ltda com 15 barcos de pesca caracterizados na cor amarela e se estabeleceram no centro da cidade ou mais precisamente naquela casa que era do senhor Chico Valcácio e que hoje parece ser de Michel filho de Neto de Tanitinha. A Segunda era composta por somente um barco de pesca grande caracterizado na cor Branca com duas hélices e que passava trinta dias no mar e quando chegava vinha cheio de lagosta com até trinta toneladas desse pescado e que era de propriedade do chamado Morgan, uma empresa de um grande empresário americano que subsidiariamente se estabelecera no Brasil. Pois bem, ocorre que num belo dia o barco do Morgan acostou no antigo porto que a gente chama hoje de Prainha e que naquele tempo somente tinha um pista de rolamento até lá já que a duplicação foi feita bem recentemente pelo ex-prefeito Duquinha. Então, um dos funcionários da Nordeste que se encontrava embriagado resolveu por conta e risco obstruir a passagem dos caminhões que vinham de Fortaleza para pegarem a lagosta que se encontrava congelada no Barco. Então o mestre do Barco do Morgan, um senhor conhecido por Nogueira que depois viveu muito tempo em Grossos, resolveu falar com o delegado João Sebastião que lhe disse que isso era coisa de juiz e ele não tinha nenhuma atribuição sobre essa demanda. Nogueira vai para Areia Branca tentar falar com o Juiz da Comarca mais ele já tinha vindo há três dias atrás e somente vinha quinzenalmente, fato que somente viria doze dias depois quando certamente toda a lagosta do Barco do Morgan já estaria perdida. Aí, o senhor Nogueira se lembrou do Prefeito RGO. Veio procurá-lo na prefeitura e lhe disseram que havia ido para Natal, mas que à noite estaria aqui. Às 7:00 da noite daquele dia, quando o senhor Nogueira chegou a casa do Prefeito RGO ele havia acabado de chegar de Natal e estava retirando a camisa para tomar banho. Ai o seu Nogueira contou a situação para RGO que imediatamente disse vamos resolver isso agora mesmo e vestindo a camisa novamente foi de encontro ao funcionário brabo da Nordeste que se encontrava sentado na rampa do nosso moinho de vento com uma barra de ferro grande impedindo que alguém se aventurasse a retirar o Jeep de 4 portas na cor azul da empresa Nordeste para que os caminhões da Morgan pudessem passar. Quando o prefeito RGO chegou ao local perguntou o que estava se passando e o funcionário da Nordeste disse que havia colocado o Jeep ali e ninguém o retiraria porque ele simplesmente não permitiria. O Prefeito RGO lhe perguntou se aquela estrada era dele ou da empresa onde trabalhava e ele disse que não queria saber disso não. Foi então que o prefeito RGO pediu a alguém que estava com ele que colocasse o Jeep em ponto morto e ele sozinho RGO empurrou o Jeep que adornou dentro da levada com a gasolina derramando pela boca do tanque, foi ai que o brabo veio de lá com a barra de ferro suspensa como se quisesse metê-la na cabeça do Prefeito RGO que imediatamente sacou de um revolver Smith Wesson calibre 38’ que havia comprado ao cigano Zé Garcia. Imediatamente o valentão parou e nesse momento chega o delegado João Sebastião que logo deu ordem de prisão a ele. O prefeito RGO chamou o delegado de lado e pediu a ele que permanecesse com ele na Delegacia até as 11:00 horas daquela noite e depois o liberasse que ele no dia seguinte resolveria o caso com o gerente da empresa Nordeste conhecido como Chico Velho, o qual namorava Socorro de seu Chico Albino que era o Tesoureiro da Prefeitura na época. Chico Velho tinha ido para Fortaleza e logo que chegou procurou o Prefeito RGO agradecendo a interferência dele no caso e afirmando que já havia despedido o valentão e o enviando para Fortaleza e assim terminou tudo em paz. Esse incidente está sendo contado apenas para que as pessoas percebam o que é o poder formal, o qual precisa nesses casos ser demonstrado e respeitado por todos. Hoje infelizmente qualquer cidadão se aventura a fazer uma cerca no meio de uma rua qualquer e ninguém vê nenhuma autoridade tomar as providências cabíveis.
OBSERVAÇÃO FINAL: Além de todas essas muitas ações administrativas em benefício do município de Grossos, o prefeito RGO cuidou e bem da saúde de seu povo. Naquela época houve na região um verdadeiro surto de apendicite e todos quantos aqui na cidade de Grossos contraíram a doença, apenas uma minoria foi tratada e medicada convenientemente sem a necessidade de cirurgia apenas com antibióticos, mas a maioria foi cirurgiada e quem fazia as cirurgias eram ou o Dr. Chico Costa de Areia Branca ou o Dr. Chico Rodrigues de Mossoró, ambos, amigos do prefeito RGO.
2ª – ADMINISTRAÇÃO : 01/JANEIRO DE 1977 A 31 DE DEZEMBRO DE 1982
DATA DA ELEIÇÃO: 15 DE NOVEMBRO DE 1976
1.2 – AÇÕES ADMINISTRATIVAS DESSE PERÍODO:
– Reconstrução Geral da Escola Estadual Coronel Solon e aquisição de novas carteiras escolares que era o local onde funcionava a Escola Municipal Sagrado Coração de Jesus do Município, pois o governo do estado alegou que não tinha recursos orçamentários para fazer o serviço e que a Prefeitura bancasse a reforma que no ano seguinte ela seria ressarcida das despesas o que não aconteceu na realidade e o Município de Grossos ficou com o ônus financeiro de ter reconstruído uma escola do Estado, mas também com o bônus de sua escola municipal ter um lugar para funcionar visto que a escola do Município que havia sido construída na época do Ex-Prefeito José Fausto de Souza, se encontrava interditada pelo risco que corria de desabar sobre os estudantes e funcionários da educação municipal;
– Reconstrução quase que total do Prédio do Centro Municipal de Educação grande obra que levou quase dois anos para a sua conclusão onde passou a funcionar a Escola de 1° Grau Sagrado Coração de Jesus do Município vinda da Escola do Estado antes reconstruída e também a Escola de 2° Grau Professor Manoel Hermínio da Silva, criada pelo Prefeito RGO por solicitação minha e mantida pelo Município, enquanto durou o seu mandato. Essas duas grandes obras na época dispenderam vultosos recursos do Município;
– Reformou mais uma vez a sede da Prefeitura já construída por ele próprio na sua primeira administração e teve que transferir a Prefeitura para o 1° Andar do Centro Educacional, onde funcionavam as duas escolas municipais, enquanto durou a reforma;
– Aquisição de uma Combi Volkswagen para transporte dos professores das Escolas de 1° e 2° graus do Município que vinham de Mossoró toda noite dar as suas aulas, ao mesmo tempo em que levava os estudantes de Grossos que faziam faculdade na Cidade de Mossoró;
– Aquisição do terreno e Construção do Matadouro Público Municipal;
– Construção do Clube Alvarenga que era um Clube Municipal para realização de festas e eventos sociais do Município no local onde hoje se encontra construído o Marco Zero da Cidade, cujo prédio foi posteriormente desativado e derrubado;
– Aquisição do terreno do Estádio Municipal de Futebol e início da construção de sua infraestrutura, tendo enfim sido terminado pelo Ex-Prefeito Antonio Railton;
– Consecução com o Governo do Estado que estava construindo a RN-012 do Asfaltamento de toda a Avenida Coronel Solon, hoje Raimundo Gonçalves de Oliveira em sua homenagem, tendo construído depois os canteiros de pedra dessa Avenida, além de toda a sua urbanização com o plantio de jambo nos canteiros centrais da avenida que infelizmente não vingou na cidade por causado do PH muito alto do nosso solo, mas mesmo assim, o processo de urbanização realmente deu ares de cidade a Grossos;
Criação de creches municipais para abrigar, socializar e ensinar as crianças mais carentes da cidade, através do Projeto Casulo que fornecia aos educandos fardas, tênis, bolsas, livros e por fim, socialização e ensinamentos próprios do seu nível;
– Construção da Pracinha do Bairro de Coqueiros com a devida instalação na época de um televisor a cores na sua extremidade Norte;
– Construção em parceria com o Governo do estado da tão reivindicada Estrada de Areias Alvas que era um sonho daquela comunidade, haja vista que somente se poderia chegar lá na época em Jeeps reduzido nas quatro rodas;
– Construção da Maternidade Municipal Ana Maria Gonçalves também uma obra grande feita com recurso próprios do Município a qual deu o nome de sua genitora oferecendo à Cidade e as suas Comunidades Rurais, condições locais para pequenos tratamentos, tais como partos e pequenas cirurgias;
– Contratação de dois médicos para residirem na Cidade de Grossos e assim poderem tratar aqui mesmo a nossa população e quando os casos eram de maior gravidade eles direcionavam o paciente para a cidade de Mossoró. Seus nomes a cidade ainda se lembra: O Dr. Divanir da Silva da cidade de Areia Branca e o Dr. Nedilson de Oliveira Lariú, um carioca que inclusive foi candidato a Prefeito aqui na cidade, tendo sido derrotado pelo Ex-Prefeito Antonio Railton;
– Construção do Posto de Saúde de Areias Alvas;
– Reconstrução do Cemitério de Areias Alvas a pedido de seu amigo Luizinho de Souza;
– Calçamento de parte da primeira Rua calçada de Grossos que foi a Expedicionário José Rocha, indo da entrada da cidade até dona Laura Brasil, obra que também foi concluída pelo Ex-Prefeito Antonio Railton;
– Reestruturação da Biblioteca José Rufino de Souza que hoje nem existe mais com a sua reorganização e aquisição em parceria com a Fundação José Augusto em mais de 2.700 livros novos e de assuntos variados;
– Aquisição de uma Caminhonete da marca Ford para transporte da Merenda Escolar e outros artefatos de necessidades da Educação Municipal;
– Criação de múltiplas ruas, realinhamento de muitas outras e em seguida a doação de lotes sob condição de rápida construção de mais de 500 Lotes de terras para quem quisesse construir uma casa em Tibau, como forma de catapultar o desenvolvimento urbano da Vila que naquela época já aspirava ser cidade como é no presente;
– Com o inicio da Construção do Estádio Municipal José Nogueira Dantas houve um significativo investimento na área esportiva do município, oportunidade em que um dos times de futebol de Grossos, disputou os campeonatos regionais com destaque até. Vale salientar que o Ex-Prefeito Antonio Railton, conseguiu construir depois na sua administração, os muros de contenção da obra;
– INFORMAÇÕES FINAIS: Da mesma forma que na sua primeira administração o Prefeito RGO pagou todos os funcionários da Prefeitura Municipal em dia e cuidou também da saúde de seu povo, pois também na segunda administração deu toda a assistência necessária aos seus munícipes, inclusive até mais com a construção da Maternidade Ana Maria Gonçalves e da contratação dos dois médicos para trabalharem e residirem na cidade. Nas suas duas administrações o poder público municipal foi sempre respeitado em todos os sentidos. Na prefeitura havia um funcionário chamado de cordiador que sempre que um cidadão qualquer desejava construir na cidade tinha que vir a Prefeitura e pedir a indispensável licença de construção. Então, o cordiador ia ao local da construção e se a mesma estivesse fora do alinhamento da rua, a licença não seria expedida e o cidadão não poderia construir. No primeiro mandato o cordiador fora o senhor Antonio Braga de Souza e no segundo, o senhor José Experidião que já havia sido Vice-Prefeito de Grossos, juntamente com o Ex-Prefeito Jose Fausto de Souza.
Observação: Se por acaso houver alguma informação que não corresponda à realidade ou se encontre distorcida, haja vista que o tempo se encarrega de apagar ou ate mesmo ressaltar algumas ações que por acaso não correspondam à realidade, por favor, podem fazê-lo porque o nosso único objetivo aqui e resgatar a verdade.
Finalmente peço desculpas aos leitores que se aventurarem a irem até ao fim dessa tão extensa leitura, mas eu como filho e testemunha presente de todo esse trabalho tão profícuo em beneficio de nossa cidade, não poderia esconder ou acrescentar nada que não tivesse sido realmente construído. Somente espero que todos os outros prefeitos atuais e os do futuro também se inspirem nesse seu tão importante trabalho.
Grossos (RN), 24 de setembro de 2023.
Francisco Emílio de Oliveira
Importante resgate da nossa história. Parabéns ao amigo Emílio por mais esse registro!