Em meio ao aumento de casos de dengue, especialistas em Saúde alertam sobre quais medicamentos não devem ser usados para tratar os sintomas que podem vir acompanhados de febre, dor de cabeça, mal-estar, dores no corpo (músculos, articulações e ao redor dos olhos), enjoo, vômitos e vermelhidão no corpo. O aviso tem o objetivo de prevenir complicações graves e melhorar a compreensão sobre o manejo adequado da doença.
O doutor Igor Queiroz, infectologista e professor de Medicina da Universidade Potiguar (UnP), cujo curso é parte integrante da Inspirali, melhor ecossistema de educação em saúde do país, destaca que medicamentos contendo ácido acetilsalicílico, anti-inflamatórios não esteroidais, corticoides e ivermectina estão entre os contraindicados.
“A dengue já é conhecida por causar diminuição nas contagens de plaquetas, aumentando o risco de sangramentos. O uso desses medicamentos contraindicados pode agravar ainda mais essa situação, comprometendo a função plaquetária e potencialmente resultando em complicações hemorrágicas”, enfatiza Queiroz, que também é Consultor da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e presidente da Sociedade Riograndense do Norte de Infectologia (SRNI).
No caso da ivermectina, começou a ser difundida nas redes sociais como uma possível terapia para a dengue. No entanto, o especialista destaca que, apesar de não causar sangramentos, esse medicamento é estritamente destinado ao combate de parasitas, carecendo de respaldo científico que comprove sua eficácia contra os vírus da Dengue.
Por outro lado, o profissional ressalta que o paracetamol e dipirona são recomendados como opções mais seguras para aliviar a febre e a dor associadas à dengue, desde que o paciente não tenha alergias, mas é preciso ter cautela para um uso seguro desses medicamentos.
“Os pacientes precisam compreender a necessidade de seguir rigorosamente as orientações médicas quanto à dosagem e frequência destes e de qualquer outro medicamento, uma vez que medicamentos contraindicados e doses excessivas podem levar a danos no fígado ou rins, por exemplo”, orienta.
“A população também deve procurar atendimento médico imediato assim que surgirem os sinais de alarme, para que seja feito o monitoramento da evolução da doença e que sejam tomados cuidados para evitar agravamento do quadro. Lembrar que a hidratação pela via oral pode levar à melhora da doença, sem necessidade de internação hospitalar”, frisa o professor da UnP/Inspirali, Igor Queiroz.
Sinais de alarme:
Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua;
Vômitos persistentes;
Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico);
Hipotensão postural ou lipotimia;
Hepatomegalia maior que 2 centímetros abaixo do rebordo costal (contorno das últimas costelas);
Sangramento de mucosa;
Letargia (inconsciência, sono profundo) e/ou irritabilidade.
Medicamentos contraindicados:
· Ácido acetilsalicílico (como aspirina e ASS);
· Anti-inflamatórios não esteroidais (mais comuns são indometacina, ibuprofeno, diclofenaco, piroxicam, naproxeno, nimesulida, sulfinpirazona, fenilbutazona e sulindac.);
· Corticoides (prednisona, prednisolona, dexametasona e hidrocortisona);
· Ivermectina (específico para tratamento de parasitas).
Medicamentos indicados com supervisão médica:
· Paracetamol ou dipirona (desde que o paciente não tenha alergias).