Peixe-leão encontrado entre Areia Branca e Porto do Mangue é risco para diversidade marítima na região
Uma espécie de peixe-leão foi encontrado na Costa Branca potiguar, precisamente entre Areia Branca e Porto do Mangue, no último dia 5 de agosto. De acordo com o projeto De Olho Nos Corais, do Laboratório de Ecologia Marinha da UFRN, a presença do animal é um risco para a biodiversidade local.
Segundo o professor e pesquisador do Departamento de Oceanografia da UFRN, Guilherme Longo, a espécie é conhecida pela rápida reprodução. Para se ter noção, uma fêmea adulta pode liberar cerca de 20 mil ovos na água, que se espalham com a ajuda das correntes marítimas, invadindo populações e predando peixes explorados pela pesca.
“O grande problema dessa espécie é que não tem um predador natural no Oceano Atlântico, elas se reproduzem muito e conseguem estabelecer relações grandes, ou seja, ficam muitos peixes, que são predadores e comem filhotes dos peixes nativos. Então eles comem peixes que a gente se beneficia, causando um desequilíbrio ecológico muito alto”, explicou.
Além das espécies marítimas, outro problema ocasionado pela invasão do peixe-leão é o potencial risco para os recifes de corais na biodiversidade marítima.
O projeto “De Olho Nos Corais”, junto ao Ministério do Meio Ambiente (MMA), tenta medidas para conter a reprodução do peixe-leão na costa brasileira. Uma das ideias é a rede de monitoramento com os cidadãos nativos da região.
“A chance maior é realmente de um pescador ou de alguém que mergulhe muito. Por meio do “De Olho Nos Corais” estamos tentando reunir essas pessoas e mapear juntos onde está o peixe-leão no RN”, falou o pesquisador.
O que fazer quando encontrar a espécie?
O Órgão Ambiental orienta a população a tomar cuidado ao encontrar o animal, o ideal é que a pessoa se afaste e evite tocar. Faça anotação da hora e do local do aparecimento do animal e informe ao Instituto por meio do serviço “Alô Idema”, por meio e-mail: [email protected].
Pesquei um peixe-leão. O que fazer?
Cuidado com os 18 espinhos venenosos, que não são fatais, mas podem causar problemas para a pessoa. Depois coloque o dedão dentro da boca do peixe, e, com a outra mão, cuidadosamente corte seus espinhos. Se possível, traga o peixe para a terra e entregue para a ICMBio da sua região.
Fui furado por um peixe-leão. E agora?
Mantenha a calma! O veneno do peixe-leão não é fatal para pessoas saudáveis. Se possível, passe água quente no local afetado para retardar a ação da substância tóxica. Procure atendimento médico o mais rápido possível para receber o tratamento adequado. (TRIBUNA DO NORTE)
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