Emílio Oliveira

Todos nós necessitamos urgentemente da revolução da solidariedade

Por Emílio Oliveira – Infelizmente o nosso Planeta Terra em todo o seu já longo processo de evolução planetária no qual já experimentou diversos sistemas políticos, econômicos, sociais e religiosos sem que nenhum deles até o presente momento histórico em que estamos vivendo, tenham dado uma resposta satisfatoriamente igualitária para todos nós Terráqueos.

De lá para cá a pobreza e o sofrimento constante das maiorias crescentes e despossuídas que apresentam como recursos próprios apenas a sua força de trabalho continuamente desvalorizada pelo surgimento de novas tecnologias, impiedosamente contrastando com a forma luxuosa e nababesca de vida das minorias que conseguiram se apropriar dos meios de produção capitalistas.

Tudo começou com a organização das Famílias, dos Clãs e das Tribos. Embora as Religiões Cristãs garantam que todo esse processo tenha iniciado a partir do Jardim do Éden, essa nossa espúria convivência social que chamam de sociedade e que me atrevo a chamar de “crueldade” teve início nesses primeiros estágios e evoluiu para o que temos hoje em diversos pontos da Terra.

A partir das Famílias começou a se configurar os Chefes que perduraram pelos Clãs e pelas Tribos até a criação dos Estados Membros, quando enfim se criou a figura do Chefe de Estado que são justamente os atuais governantes dos Estados-Nação de hoje.

Com a criação dos Estados-Nação um dos primeiros sistemas econômicos implantados foi o Mercantilismo que se utilizou das Caravanas que transportavam mercadorias no lombo de camelos, muares-de-carga e até mesmo escravos humanos, cujo sistema caracterizava-se pela compra, transporte e revenda de diversas mercadorias em regiões onde eram produzidas e que tinham demandas asseguradas noutras localidades, as quais, pela sua inexistência e novidade na época, eram todas bastante demandadas.

Uma vez que essas mercadorias eram compradas ou até mesmo apropriadas indevidamente nas fontes de produção por valores quase inexpressivos e vendidas em outros locais de consumo onde a demanda se tornava sempre crescente pela novidade daqueles produtos mais que exóticos para a época.

Foi assim com o fumo, o sal, a pimenta-do-reino, o açúcar, a canela e o gengibre. Porém, logo em seguida surgiram em profusão nas minas de além-mar o ouro, a prata, e o pau-brasil transportados já nas modernas Caravelas construídas e usadas para esse fim. Nós aqui no Brasil fomos surrupiados de quase todo o nosso ouro, da nossa prata e do nosso pau-brasil que foi classificado na época como madeira-de-lei e transportado para a Europa.

Para tanto, milhares de pessoas ignorantes e também paupérrimas na época como os índios e os povos primitivos das diversas regiões do planeta, como América do Sul, México e África foram escravizados e cruelmente usados para permitir através do trabalho-escravo, o enriquecimento de comerciantes desses produtos, de suas companhias criadas e mais ainda de suas nações – para onde eram levados todas essas riquezas.

Para quem não sabe que fique sabendo que toda a base da riqueza da Europa de hoje saiu de quase todos os países da América Latina do México e da África, cuja escravidão perdurou por quase quatrocentos anos e, do seio de suas terras, foram arrancados a ferro e fogo através da violenta e animalesca escravidão, os produtos que permitiram essas nações europeias formarem a base de suas riquezas atuais.

Aos que se aventurarem a saber mais a respeito do que estou me arriscando a falar, convido-os a lerem o épico livro: AS VEIAS ABERTAS DA AMÉRICA LATINA do grande escritor e jornalista Uruguaio Eduardo Galeano. La está toda a desumanidade perpetrada com a América do Sul, México e África.

O tempo passou e o Mercantilismo continuou o seu processo de exploração do homem-pelo-homem em toda a Europa, transformando-se agora em Feudalismo no qual toda a nobreza europeia, além de escravizar as suas Colônias, se apossava também em suas terras originais da maior parte do produto gerado pelo trabalho de seus trabalhadores agregados e ainda os levava para os campos de batalha para lutarem e morrerem por seus mesquinhos interesses.

Esse sistema perdurou desde a antiguidade até o ano de 1776, quando o grande filósofo e economista escocês Adam Smith, lançou o seu tão badalado livro: A Riqueza das Nações, criando as bases para o atual liberalismo econômico e dando origem ao atual Capitalismo liberal.

Nessa época, entretanto, houve uma espécie de clarão de esperança e modernidade, haja vista que o autor muito respeitado entre seus pares trazia nas páginas de seu livro, o advento de um novo tempo. Segundo ele, se as nações realmente seguissem os seus ensinamentos, dentro de poucos anos não somente elas seriam mais ricas, más todos os seus povos também.

A cartilha da Riqueza das Nações iria provocar não somente a riqueza das nações, mas, também, menos impostos e mais trabalho para os cidadãos, melhores salários, mais lucratividade para os empresários agora capitalistas e também o barateamento dos preços das mercadorias em virtude da seria concorrência que a partir dali se estabeleceria entre todos os envolvidos nas negociações produtivas.

Seria uma espécie de céu-na-terra que se estabeleceria com o novo Sistema Capitalista do grande Adam Smith. Até eu mesmo que cursei três anos de economia cheguei a acreditar/desacreditando na época, nessa estória da carochinha. Só que não podermos responsabilizar totalmente o Smith pelo fracasso em termos humanos para o seu sistema, haja vista que – na prática – o Capitalismo, onde quer que ele esteja, sempre destoará de sua teoria.

Como o Capitalismo de Smith não construiu nas terras da Europa e nem em canto nenhum do Planeta Terra como ele garantia a riqueza que ele apregoava, as tensões políticas e sociais na Europa começaram a se acirrar de forma descontrolada e surgiu de todo aquele imbróglio de contradições econômico-sociais oriundas do velho Smith, o Carl Marx que juntamente com seu fiel amigo Friedrich Engels, entrou em cena se utilizando das Teorias de Hegel (Georg Wilhelm Hegel), lançando em 1867, O Capital.

Lá, no O Capital, Marx descreve de maneira cruel até, toda a maledicência que o Sistema Capitalista de Smith sem controle pode produzir numa sociedade qualquer que o abrace. Enriquecimento ilimitado dos mais ricos, empobrecimento crescente dos mais pobres, desespero das massas, dependência total das nações mais pobres das mais ricas, doenças e guerras sem fim com a fome se alastrando pelo planeta.

Situação muito parecida com a que a gente percebe claramente hoje. É, ou não é? Pois bem, a Europa influenciada pelas ideias do Marx e também pelas contradições próprias do Capitalismo degradado de Smith não conseguiu implantar o Sistema Socialista ou Comunista do Marx nos países mais avançados da Europa, como Alemanha, Inglaterra e França, mas, sim, num país atrasado e conservador tal como a Rússia da época.

O Socialismo de Marx apesar de se preocupar bem mais com os pobres e os trabalhadores do que o Capitalismo de Smith, também não prosperou na URSS e terminou com o retorno ao Capitalismo não mais de  Smith, mas de um Capitalismo Financeiro e Rentista que infelizmente é bem pior que o de Smith.

O Capitalismo Rentista do presente é um sistema econômico totalmente impiedoso com os mais fracos, somente visa o lucro, gera poucos empregos e coloca os homens uns contra os outros numa espécie de competição tresloucada por dinheiro que ninguém leva quando morre e que, infelizmente, está inviabilizando todo o nosso Planeta Terra.

Já matamos 60% de nossas abelhas, apodrecemos o ar que respiramos, estamos usando inseticidas que os países do primeiro mundo não usam mais e que são altamente venenosos somente para aumentar as nossas colheitas e turbinar os nossos lucros, estamos destruindo os microrganismos da terra que são justamente os que garantem a nossa produtividade, envenenamos o nosso ar e a nossa água com as pulverizações criminosas, matamos indiscriminadamente os nossos insetos, matamos nossos pássaros e nossos símios, somente para conseguirmos lucros e mais lucros, estamos criando ilhas de plásticos nos nossos Oceanos que os peixes estão comendo e repassando todo esse material venenoso para nós quando os comemos, estamos fazendo guerras e mais guerras para matar pessoas e entre elas, mulheres, velhos e criança que geralmente não combatem.

Eu, pessoalmente, nunca acreditei em inferno, mas parece até que estamos vivendo justamente nesse lugar mais que horroroso e que, infelizmente, foi inventado justamente pelas religiões cristãs. Vez por outra eu pergunto a mim mesmo e até aos meus amigos também. Porque será que no Sistema Capitalista o trabalhador que faz tudo o que precisa ser feito em toda a sociedade, no triste dia de sua morte, nem ele e nem a sua pobre família têm recursos sequer para comprar uma urna funerária para ele poder se enterrar com a decência de um filho de Deus que é?

Será que diante de tanto sofrimento de toda a humanidade não estaria já no tempo de esquecermos o Mercantilismo, o Feudalismo, o Escravismo, o Socialismo, o Comunismo, o Capitalismo que somente trouxe o sofrimento a quase todos nós humanos e nos voltarmos para a criação ou a formação de um novo Sistema Econômico e Social que chamaremos de HUMANISMO aonde o homem e a mulher sejam o centro verdadeiro de tudo e não apenas massa de manobra nas mãos de uma minoria que manda e desmanda em tudo e que com essa forma espúria de administração, temos criado apenas o caos e o sofrimento sem fim para todos nós homens e mulheres?

Por isso mesmo precisamos todos construir a revolução sem violência do amor, da solidariedade, da fraternidade, da compreensão, da humildade, da justiça, da igualdade entre todos os homens, nos ajudando mutuamente e sem confronto algum e nem tampouco disputas e competições que sempre nos colocam uns contra os outros.

Vamos construir o nosso céu aqui mesmo na terra para todos nós igualmente e não apenas para alguns apaniguados do sistema como infelizmente ocorre hoje, mas para todos os homens e mulheres indiferentemente de suas cores de peles, quer eles ou elas sejam brancas pretas, amarelas ou de qualquer outra cor.

Se tivermos a coragem todos juntos de fazermos isso – dentro de pouco tempo -, acabar-se-ão a fome, a violência, a guerra, a pobreza, a riqueza, a miséria, a maldade, a carestia, a crueldade, a indiferença com o sofrimento dos outros, as disputas violentas entre quase todos e a felicidade finalmente se estampará no rosto de qualquer um de nós, visto que ao olharmos para o nosso semelhante, veremos simplesmente nós mesmos nele e não mais um competidor que necessitamos vencer ou pelo menos neutralizar.

Todas as pessoas da minha cidade sabem que eu não sou religioso, embora que não tenha nada contra as religiões de ninguém. E porque não sou religioso? Por que pelo que já li não somente da Bíblia, mas porque também tendo lido vários outros livros religiosos, percebo claramente que Jesus não discriminava ninguém e até mesmo com todo o respeito que tenho por todas as religiões, acho que ele veio com a mais sublime das missões: acabar a violência entre os homens, aposentar os livros religiosos e criar o céu aqui mesmo na Terra.

Portanto, mesmo sabendo que ele foi morto por seu próprio povo que hoje mata também os Palestinos, como tantos outros AVATARES que pregavam e buscavam a verdade verdadeira tais como: AKENATON no Antigo Egito, SÓCRATES na Grécia Antiga, GANDHI, na Velha Índia e até mesmo o grande Pastor evangélico MARTIN LUTHER KING,  nos EUA, por causa desse SANTO intento de JESUS, vamos todos nos associar a ele nessa luta que não é apenas dele, minha ou sua, mas de todos nós Terráqueos que aspiramos a um verdadeiro crescimento material e principalmente espiritual.

Grossos (RN), 12 de novembro de 2023.
Emílio.

2 Comentários

  1. Excelente! Sem palavras, você disse a verdade, embora, parte da população goste de fake news. infelizmente!

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