Velejador tcheco fica à deriva no Atlântico e é resgatado pela Marinha do Brasil
Militares do Serviço de Busca e Salvamento Marítimo do Nordeste (Salvamar Nordeste), sediado no Comando do 3º Distrito Naval, coordenaram uma operação que resultou no resgate do velejador tcheco Vladimir Popov, de 56 anos, que estava à deriva nas proximidades do Arquipélago São Pedro e São Paulo, localizado a cerca de mil quilômetros do litoral do Rio Grande do Norte. A ação aconteceu no sábado (21). O Arquipélago é o ponto brasileiro mais próximo da África.
Militares da Marinha do Brasil (MB) receberam uma chamada de socorro por rádio realizada pelo veleiro polonês “Naiara”, que estava com dificuldades de manobra. A embarcação “Marlin II”, que prestava apoio à Estação Científica localizada no arquipélago, foi destacada imediatamente para o resgate, fornecendo água e alimento ao único tripulante do “Naiara”.
Vladimir Popov, que havia partido de Cabo Verde há 41 dias com destino a João Pessoa (PB), informou que sofreu danos no mastro e nas velas há 18 dias. Embora contasse com propulsão mecânica, o combustível estava próximo ao fim.
Um médico da Marinha também foi acionado e constatou, por telemedicina, a boa condição de saúde do velejador, sem lesões ou necessidade de medicação. “Ontem fui chamado para cumprir uma missão que engrandece a honra que é servir em nome da pátria e da sociedade”, afirmou o Segundo-Tenente (Médico) Nascimento, do Salvamar Nordeste.
“Um tripulante tcheco estava há 2 dias sem comida a bordo da sua embarcação, à deriva no mar, e fui acionado para avaliar seu estado de saúde físico e mental, para ajudá-lo a permanecer estável e com vida”, contou.
O Veleiro “Naiara” permanece amarrado à boia do Arquipélago São Pedro e São Paulo, sem registro de poluição hídrica, e a embarcação “Marlin II” retorna de sua expedição, com Vladimir Popov a bordo, no dia 29 de setembro. A chegada a Natal (RN) está prevista para o dia 2 de outubro.
Busca e Salvamento
Em operações de resgate como a de Vladimir Popov, o fator de maior importância é o tempo de sobrevivência, já que o objetivo principal das missões é a preservação das vidas humanas. Para garantir que o socorro aconteça de maneira ágil, a Marinha do Brasil opera o Serviço de Busca e Salvamento Marítimo do Brasil, conhecido como Salvamar Brasil, numa área de responsabilidade de aproximadamente 14,5 milhões de km², abrangendo toda a costa brasileira, a “Amazônia Azul”, além das águas interiores.
Para isso, a MB mantém navios e aeronaves de pronto emprego, militares treinados para as situações de resgate e uma complexa estrutura de coleta e compartilhamento de informações, o que possibilita a localização das vítimas e das embarcações mais próximas em condições de prestar apoio.
A própria embarcação ou qualquer pessoa que tenha testemunhado um incidente em potencial pode entrar em contato através do telefone 185. O serviço de atendimento está disponível 24 horas por dia, sete dias por semana e abrange todo o território nacional. Além do telefone, o contato pode ser estabelecido por meio de fax, e-mail ou utilizando os sistemas presentes nas embarcações, conhecidos como Sistema Global de Socorro e Segurança Marítimo (GMDSS).
Outra maneira de reforçar a segurança, durante as navegações, é a utilização do aplicativo NAVSEG. Por meio desse recurso, é possível informar o plano de viagem, permitindo que a Autoridade Marítima monitore integralmente o trajeto da embarcação. O aplicativo opera através do envio regular de dados, atualizando a posição da embarcação a cada 15 minutos aos centros de monitoramento da Marinha, gerenciados pelas Capitanias dos Portos, Delegacias e Agências.
Dessa forma, o NAVSEG possibilita a localização mais rápida e precisa de qualquer embarcação em situação de perigo, assegurando melhores condições para a salvaguarda da vida humana no mar ou em águas interiores.